Por Ana Marina de Castro - Todos os direitos reservados.
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Pérola Negra
Pérola Negra
da bem-aventurança
vem até mim
trazer uma lembrança
Pérola negra
de matéria orgânica
vem me lembrar
da vida oceânica
Pérola negra
de matéria prima
vem comungar
com a minha menina
Pérola negra
do fundo do mar
vem e me mostra
onde está seu altar
Pérola rara
de muita doçura
o que você procura
é sua formosura
Pérola preta
riqueza da terra
traz para o mundo
alegria sincera
Na doçura do gosto
me dissolvo em prazer
agradeço-te então
por brotar e crescer
A doçura tem tempo
o tempo da vida
o desfrute tem hora:
Se não sabe, é agora!
Os Poemas Sabem - Parte I
As pessoas precisam
conhecer os poemas
Pois os poemas falam com elas, para elas,
por elas
Talvez a necessidade de um poema
seja se derreter
na boca do outro:
Pura degustação.
Talvez seja
Alcançar o coração
a alma do coração
E contar o que viu
Tem uma simplicidade
tão linda nos poemas
que transborda:
O simples vibra
as coisas mais importantes da vida
Tudo o que os poemas querem
É serem saboreados
Com a certeza
que cada experiência é mesmo muito
As pessoas precisam ser tocadas
Os poemas também.
E é por isso que eles dizem:
Se entreguem e façam-me seus!
Pois é assim que me posso ser.
Pois é assim que me sou:
através do outro.
Somos Um
Amo você de corpo e alma
Quando me amo
Minha mão me acalma
Me conforta
Acaricia
Amo sentir
Minha mão macia.
Amo sentir
Sua Presença
Dentro de mim
a Consciência
Dentro e fora
Tudo é um
Corpo e alma
Lugar-comum.
Bem-Te-Vi
Bem-te-vi
Bem-te-viu
Quando chego
você partiu
Bem-estou
Voando a mil
me contempla
com teu perfil
Bem-te-vi
me chama de volta
o teu som
faz reviravolta
Bem-me-vi:
como está você?
quando me olho
posso perceber
Bem-te-vi
me chama atenção
no seu som
traz meu coração
Bem-te-vi
Vi você.
Você me viu
a florescer
Bem-te-vi
querido amigo
gosto muito
de estar contigo.
Bem-te-vi
vem e me avisa
da importância
de sentir a brisa
Bem-te-vi
vem e me mostra
as cores da vida
as chaves da porta
Bem-te-vi
muito objetivo
seu olhar
me alerta o perigo
Bem-estou
quando ao seu lado
sê comigo
piando ou calado
No pio alado
No olho que vê
contigo ao meu lado
posso perceber
Bem-te-vi
que bom que me viu
não via eu mesma:
mostrou e partiu!
Fogo Amigo
Fogo amigo
Fogo que acendeu
E sem oxigênio,
continua
O sufocamento da chama
É só
Quando quer.
Percebes que sufocar
É dolorido
E triste
A chama é bonita
Não perene
Deve brilhar enquanto existe
Assim mesmo.
Metáfora da vida (efêmero tudo)
Mas dói tanto à chama saber disso
Que se sufoca,
Apaga.
Se a vida é força
Mesmo que num lapso
Deveria ser perene, enquanto instante
Ali.
A chama se alimenta
da vida
do presente
Se ele ali está.
O amor deveria ser moeda corrente
fluida
Tipo rio doce:
que além de servir para tudo,
é afável
é aconchego
Porque dá vida.
E vida (vida boa)
É amor.
Nos esqueçamos
que a chama
apaga.
Ela também
nos chama
A estar
E a viver o lapso
Nos consumindo
por completo.